Cirurgia de coluna – Quando realizar?

Cirurgia de coluna costuma ser realizada em casos de tumor, fratura, deformidade, compressão nervosa ou de doença degenerativa como protrusão discal, hérnia de disco, estreitamento do canal por onde passa a medula, bico de papagaio, deslizamento de vértebra, entre outras.

Nas doenças degenerativas há um desgaste excessivo, além do que seria normal para a idade, e que muitas vezes vem acompanhado ainda de inflamações, problemas mecânicos ou nervosos.

Quando isso ocorre, a dor na coluna costuma tornar incapacitante a realização de tarefas simples, como:

  • levantar,
  • ficar em pé,
  • sentar,
  • deitar,
  • alcançar um objeto em uma prateleira mais alta ou mais baixa e
  • até mesmo dificuldades para urinar ou evacuar.

Quando há compressão nervosa, a dor local tem maior intensidade e pode estender-se para os braços ou para as pernas, o paciente pode sentir dormência, perda de sensibilidade e perda de força, tornando difícil ou até mesmo impossível realizar certos movimentos como cortar uma cebola.

A primeira alternativa de tratamento para dor nas costas envolve uma série de condutas que dependem do comprometimento do paciente, mas que costumam trazer conforto quando realizadas, incluindo:

  • a adoção de novos hábitos que preservem a coluna, como não levantar peso;
  • tratamento domiciliar com medicamentos e exercícios; e
  • tratamentos convencionais como fisioterapia, pilates, RPG, etc

No entanto, quando o desconforto persiste, piora ou passa a comprometer a qualidade de vida, pode ser o momento de cogitar uma cirurgia da coluna.

Quais os riscos?

Os riscos de uma cirurgia na coluna são:

  • infecção hospitalar, se o hospital apresentar falta de higiene;
  • danos permanentes a estruturas da espinha, em caso de erro médico;
  • hematoma, resíduo comum após intervenção;
  • inchaço, que regride naturalmente nas primeiras semanas;
  • sangramento eventual, o que é normal no corte até a cicatrização;
  • abertura dos pontos, normalmente por desrespeito às orientações médicas;
  • etc.

Como podemos perceber, todos os riscos podem ser facilmente evitados quando tomadas as três medidas básicas antes da realização de qualquer procedimento médico: pesquisar a qualidade das instalações, a formação do médico e respeitar as orientações no pós-operatório.

Além disso, hematomas, inchaço e sangramento são reações normais do organismo, que são resolvidas naturalmente sem intervenção médica. A cirurgia é um procedimento complexo da qual é possível esperar respostas de igual intensidade até a recuperação total do corpo.

Os verdadeiros riscos dependem das condições de saúde atuais e do histórico clínico do paciente.

Mesmo que o médico identifique a necessidade de um procedimento invasivo, antes de realizar a operação ele poderá requisitar exames adicionais para verificar a viabilidade do procedimento. Entre os motivos que podem impedir uma cirurgia ou aumentar seus riscos estão, entre outros:

  • dificuldade de coagulação;
  • tendência a trombose;
  • infecção ativa;
  • doenças cardiovasculares não controladas;
  • diabetes; e
  • obesidade.

Embora pacientes com essas complicações ainda possam realizar uma cirurgia é preciso informar o médico da sua condição para que sejam adotados protocolos de prevenção de riscos.

Outra possibilidade são as cirurgias minimamente invasivas, técnica que utiliza pinças, trocateres, grampeadores, afastadores, câmeras de alta definição, entre outros instrumentos para realização de procedimentos com cortes menores, reduzindo os danos a músculos e tecidos.

Este tipo de intervenção oferece menos riscos, permite cicatrizes mais discretas e um tempo de recuperação menor.

Quanto tempo precisarei ficar de repouso?

O tempo mínimo de repouso após uma cirurgia na coluna é de uma semana, dependendo do tamanho da intervenção. Em geral o paciente fica internado 24 horas para observação, mas esse tempo pode ser maior caso o quadro apresente instabilidade.

A previsão de retorno ao trabalho para realização de tarefas administrativas é de 14 dias, com retorno a vida normal em um mês.

O ritmo será definido pelo próprio corpo, nas primeiras semanas é normal sentir algumas limitações nos movimentos pela tensão provocada pelos pontos ou pequenas dores até a cicatrização.

Enquanto esse quadro persistir a realização de esforço físico ou de qualquer atividade mais intensa será gradual, melhorando a cada dia até a recuperação plena.

Precisarei tomar remédios?

Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser indicados para aliviar o desconforto pós-operatório. No caso de implantes como pinos ou parafusos, antibióticos podem ser prescritos para evitar infecção (rejeição).

Precisarei fazer fisioterapia?

Sessões de fisioterapia ou outros tratamentos como pilates, RPG, etc, quando realizados na quantidade e frequência indicadas pelo médico e orientados corretamente por um profissional, aceleram a recuperação e podem até aumentar a amplitude dos movimentos.

Terei um vida normal após a cirurgia na coluna?

Na maioria das vezes o desconforto existente antes da cirurgia regride consideravelmente permitindo uma rotina muito mais tranquila.

Contudo, o paciente precisará continuar cuidando da coluna pelo resto da vida. Algumas atividades como esforço excessivo ou postura incorreta podem favorecer o retorno do problema ou contribuir para um novo desgaste em outro ponto da espinha.

Por isso é fundamental seguir as orientações médicas, realizar fisioterapia, pilates, RPG e até academia para fortalecimento da musculatura que sustenta a coluna. Isso ajudará a distribuir o esforço e aliviar a sobrecarga nas vértebras e discos.

A cirurgia é o tratamento para coluna mais indicado?

A necessidade e viabilidade de uma cirurgia da coluna será avaliada em consulta presencial pelo médico especialista em coluna. Nos casos de compressão nervosa o tratamento para coluna mais indicado costuma ser a cirurgia com neurocirurgião devido a sua especialização na estrutura e funcionamento do sistema nervoso central e periférico.

Na consulta presencial o médico que cuida da coluna irá avaliar a fluidez dos movimentos e a localização dos focos de dor. Para um diagnóstico preciso o médico irá solicitar exames de imagem para identificar a origem da dor e a melhor visualização das estruturas internas. Com os exames em mãos o neurocirurgião poderá definir se é possível a realização de uma cirurgia minimamente invasiva de rápida recuperação e definir um tratamento personalizado, que poderá incluir desde a simples retirada de uma hérnia de disco até a utilização de prótese para correção de um escorregamento de vértebra.

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