Radiculopatia é o nome dado a qualquer lesão nervosa, seja por irritação, inflamação ou compressão, que pode causar, dor, choque, formigamento, dormência ou hipersensibilidade, fraqueza e até perda de controle da função urinária ou evacuatória. Na maioria das vezes a origem da complicação está na coluna, onde estão as raízes nervosas.
Complicações deste tipo pode, causar dor em qualquer ponto da extensão do nervo. Por isso é importante evitar o autodiagnóstico e a automedicação, que podem estar tratando o foco da dor referida pelo paciente, mas não sua verdadeira causa. Sem tratamento o problema pode se agravar a aumentar a dificuldade de reversão do quadro.
Se você está tendo algum destes sintomas, principalmente fraqueza muscular, é importante solicitar uma avaliação mais atenta de um especialista. O profissional responsável pelas doenças da coluna é o ortopedista, mas em casos de radiculopatia pode ser necessário o acompanhamento de um neurologista ou neurocirurgião.
Como é feito o diagnóstico?
O médico examina as costas para avaliar a presença de certos sinais que sugerem que uma raiz nervosa está sendo afetada. Isso muitas vezes envolve testar seus reflexos, a força dos músculos, flexibilidade e amplitude de movimento.
Se houver suspeita de comprometimento nervoso, também podem ser solicitados exames de imagem como ressonância magnética para ajudar a determinar o local exato da compressão e tomografia computadorizada para avaliar a intensidade dessa compressão e se há algum espaço disponível para as raízes nervosas, que possa permitir um tratamento conservador, sem cirurgia.
Tratamento da radiculopatia
O tratamento varia conforme a causa, os sintomas e a intensidade do desconforto. Em um primeiro momento podem ser indicados medicamentos como relaxantes musculares, analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor. Mas é necessário um cuidado permanente com a coluna e uma mudança de hábitos posturais em casa e no trabalho. O médico também pode indicar tratamentos complementares para fortalecimento muscular como pilates ou fisioterapia, que também auxiliam a aliviar a inflamação e corrigir os movimentos.
Caso os sintomas persistam o médico pode sugerir a realização de cirurgia. O procedimento costuma ser recomendado quando a dor é incapacitante ou a compressão radicular torna impossível levar uma vida normal. Fraqueza ou perda total da força nas pernas ou nos braços, por exemplo, podem tornar o paciente dependente e demandam uma solução invasiva.
Cirurgia de radiculopatia
O método cirúrgico depende das causas da radiculopatia, do histórico clínico do paciente e da experiência do médico. Em alguns casos podem ser realizadas cirurgias minimamente invasivas, que demandam internação média de 48 horas e permitem o retorno à rotina em cerca de 10 dias.
Na maioria das vezes a compressão nervosa é causada por uma hérnia de disco, o que torna necessária a retirada do núcleo cartilaginoso. Em alguns casos o disco pode ser substituído por hastes e parafusos que irão ajudar na sustentação da coluna.
Se a compressão é devida a um canal espinhal estreito, é realizada uma laminectomia. O método remove as paredes do canal vertebral aumentando o espaço por onde passam a medula e os nervos da coluna.
Recuperação da cirurgia
A cirurgia dura de duas a quatro horas e é normal você sentir limitação nos movimentos na primeira semana ou até a retirada dos pontos. Um colete ou espartilho poderá ser utilizado para restringir a flexão, minimizar dores por movimentos bruscos acidentais e ajudar na redução do inchaço.
Mesmo durante sua internação é recomendado realizar pequenas caminhadas, como da cama até o banheiro para trabalhar a amplitude dos movimentos, aliviar edema e reduzir hematomas. Alguns exercícios domiciliares também serão indicados.
Você será capaz de andar de carro ou avião ao sair do hospital, realizar atividades leves como higiene pessoal ou fazer seu próprio lanche, respeitando suas limitações.
Uma consulta de revisão geralmente é realizada em 15 dias quando podem ser iniciadas as sessões de fisioterapia.
A cirurgia na coluna geralmente é um procedimento efetivo mas não definitivo. O comprometimento do paciente com o tratamento é essencial para uma evolução satisfatória. Uma mudança de hábitos, com cuidados diários e a realização de atividades para fortalecimento muscular e reeducação postural, é necessária para prevenir o retorno do problema ou o surgimento de novos focos de compressão.
Converse honestamente com seu médico sobre os prós e contras de uma cirurgia e só decida por um procedimento invasivo quando tiver todas as dúvidas esclarecidas e plena confiança no profissional.
